quarta-feira, 27 de novembro de 2013

VI Seminário AVIESP

Mal cheguei de Lisboa, peguei o carro em São Paulo e fui até Campinas (uns 90 km. de Sampa), minha cidade. Na segunda-feira aconteceu o VI Seminário da Associação dos Agentes de Viagens do Interior de SP - AVIESP.







O evento foi no The Royal Palm Plaza Resort, um dos complexos hoteleiros mais descolados do país, certamente o melhor empreendimento do interior de São Paulo.

Se você não conhece, dê uma boa olhada: http://www.royalpalm.com.br/


Apesar do dia nublado, o clima estava ótimo para encontrar os amigos, conversar e ouvir as novidades da área.


O primeiro painel foi com Antonio Dias, do The Royal Palm Plaza; Gianfranco Beting, da Azul Linhas Aéreas; Juarez Cintra. da Ancoradouro; staff da Aeroportos Brasil e da Prefeitura de Campinas. Logo depois teve duas palestras, uma com Gabriela Otto (sobre o impacto das gerações no turismo) e a outra com Luciane Quadro, do Sebrae, sobre inovação e turismo.



Fernando Silva Santos (esquerda) é o Vice-Presidente da Aviesp e Marcelo Gomes Matera é o presidente. Eles e a equipe escolheram mais uma vez Campinas para sediar esse importante evento do interior paulista.


William Périco (esquerda) foi o presidente durante alguns anos, logo após a morte de José Carlos Rocha Vieira, que mais tempo ficou na presidência da entidade. Ao seu lado está Juarez Cintra, da Ancoradouro Turismo, uma das grandes representações nacionais. 





A Casa de Campo, salão de eventos do hotel, ficou lotada os agentes de viagem de todo o estado de São Paulo. No período da tarde, outros painéis e palestras proporcionaram aos agentes um maior conhecimento de mercado, tendências e possibilidades sobre o setor de serviços em geral e do turismo, em particular.




Marcelo Lopez (PUC-Campinas), eu e Luiz Timossi (Esferatur). Os dois são velhos amigos e, em certo momento, fomos colegas da PUC-Campinas.


Antonio Dias, diretor-presidente do The Royal Palm Plaza Resorts, Alexandra Caprioli, empresária e Diretora de Turismo de Campinas e Fernando Vernier, Coordenador Executivo do Campinas e Região Convention Bureau.  Campinas possui duas vertentes de desenvolvimento atuais: a ampliação e construção de um novo terminal no aeroporto de Viracopos, realizada pela Aeroportos Brasil, concessionária do empreendimento; e o Centro de Convenções de Campinas, que deverá ser lançado em 2014, incluindo a construção de um hotel  econômico (300 apartamentos) e um hotel quatro estrelas (170 apartamentos).  É um empreendimento do The Royal Palm Plaza Resorts, que transformará o já imenso projeto, em um dos maiores complexos hoteleiros de eventos e lazer no país.  



O céu carregado de nuvens da segunda-feira não negou um desses crepúsculos solenes.  Para 2014, o Seminário deverá ser realizado em conjunto com a feira da Aviesp.














sábado, 23 de novembro de 2013

Portugal - nuances de sombras e luzes no Cemitério dos Prazeres


Texto e fotos: Luiz Gonzaga Godoi Trigo

Lisboa é também chamada de luzboa, devido à luminosidade mais meridional que banha o país.


Mesmo no outono e inverno, nos dias ensolarados, a região da bacia mediterrânica (apesar de Lisboa estar à beira do Atlântico), é muito mais luminosa que o norte cinzento da Europa, com suas chuvas e nevoeiros. Essa fonte de luz e água, no Chiado, mostra como a cidade se veste quase todo o ano de alto astral.



No final  de semana fiz um passeio que há tempos desejava. Tomei o elétrico (bonde) em frente ao Hotel Mundial, no centro, da famosa linha 28, e percorri ruelas estreitas, com casarões antigos, esplanadas à beira de pequenos precipícios urbanos e igrejas fantásticas como a do Condestável e a Basílica da Estrela. 



Meu destino era o ponto final. Um parque verde e amplo que abriga um dos fascínios lisboetas.


O famoso Cemitério dos Prazeres. Assim como algumas cidades brasileiras possuem cemitérios charmosos, com túmulos artísticos e antigos (sem falar de Buenos Aires, com La Recoleta, ou o cemitério de Punta Arenas, no Chile, sobre o qual já postei), Lisboa nos apresenta esse paradoxo estético entre a pujança da vida e a realidade serena da morte. 



Há centenas de obras de arte tumulares, baseadas no cristianismo, na maçonaria, na gnose ou simplesmente na política.


Com todo respeito, essa afirmação de pertencimento é absolutamente deslocada da dimensão que a morte nos reserva. O pertence escrito no topo do mausoléu é uma ficção baseada no título de propriedade (são sepulturas eternas, outra palavra imprópria) que nada garante ser definitivo. Os etruscos, romanos, egípcios e gregos antigos; os maias e aztecas; todos os povos que passaram pelo planeta sabem que o pó humano se mescla ao pó do planeta depois de alguns meros séculos e, geralmente, torna-se anônimo.  Pode ficar, em alguns poucos casos, a memória histórica, mas a matéria se esvai no fluxo da vida e da morte.


Tampouco é necessário desprezar nossa vida atual. Ela existe, pulsa, ri e chora. A existência humana clama sua presença e cada um de nós sente isso, desde nossa alvorada até o momento que caímos no sono, seja no sentido literal cotidiano, existencial ou metafórico. Mas cada um escreve o que bem entender na sua tumba, nos seus livros e na sua vida.


Os fundos do cemitério, localizado em uma esplanada elevada, se abrem para o rio Tejo e a ponte 25 de Abril. 



No silêncio do parque, com suas árvores e necrópoles de mármore, a vista formosa da cidade nos lembra que a vida possui uma força inexorável.


É interessante ver como alguns se valeram de amigos ilustres para falar sobre sua existência.


Anjos exuberantes e silenciosos nos lembram que a transcendência é uma possibilidade, algo que incendeia o imaginário. Ao mesmo tempo, no céu ... 


... jatos comerciais deslizam ruidosamente, preparando-se para aterrar no aeroporto, localizado não muito longe.


Os ciprestes e as colunas marmóreas, memoriais insistentes que tentam superar a efemeridade existencial, fornecem uma paisagem serena.


Uma paisagem "humana, demasiadamente humana"...


Ao sair dali, pegando o bonde de volta, resta o sabor das castanhas assadas que nos lembra o final do ano, nascimento da luz...


... e o passeio ao pé do rio Tejo, quase ao crepúsculo. Quando a tarde cai nessa cidade, que conheceu tantas glórias e horrores, tantas aventuras e delírios, é hora de pensar onde comer e beber uma taça de vinho em honra dos vivos e mortos, em honra de nós mesmos.

Obs.: Visitei o cemitério no final da semana passada e só hoje postei (passei a semana em atividades acadêmicas, no Porto e na Universidade de Aveiro). Nesse período, tivemos duas perdas, colegas da EACH-USP que se foram. Deixo as reflexões, especialmente essa última foto, com as águas e a luz, como homenagem às suas memórias e aos momentos que compartilhamos juntos.  






quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Portugal, livros e outras belezas culturais

Cheguei em Lisboa, fiquei o final de semana (depois conto algumas coisas) e fui para o Porto, onde me programei para comprar alguns livros, fora os que deixei em Lisboa para pegar na volta.


No Porto, a livraria Lello, localizada na rua das Carmelitas, perto da Torre dos Clérigos, é uma atração especial. Ela é linda. Muita madeira esculpida, com curvas sinuosas, entalhes complexos de madeira e vidraças coloridas. 


O acervo é legal, mas não aceitam cartões de débito ou crédito, o que acho um absurdo. Eles pensam que estão em que época do mundo? E não pode tirar fotos, a não ser das nove às dez da manhã. Tem sua lógica. Tanta beleza arquitetônica atrai turistas e deve ser um inferno tentar comprar algo com grupos de turistas buscando ângulos para suas fotos "originais" a fim de serem postadas nas redes sociais do planeta. Enfim, é um lugar para se ver. Eu comprei meus livros na Leya, na rua Santa Catarina, nº 2, onde aceitaram meu cartão Visa. Se você só tem American Express está ferrado na Europa, a não ser nos hotéis e restaurantes, e mesmo assim... 


O ponto referencial do Porto é a Torre dos Clérigos, aqui enquadrada numa construção moderna, na praça em frente.


Ali, ao lado, há o complexo das igrejas do Carmo, ao lado da Universidade do Porto. A cidade inteira é um museu arquitetônico, em parte lúgubre, em parte luminoso, mas sempre fascinante. 


Visitei tantas igrejas que não me lembro onde vi esse painel no teto (alguém ajuda?). Mas a expressão do Cristo é plena de força e transcendentalidade.  


Do alto da Torres do Clérigos vê-se o conjunto geológico e arquitetônico da cidade, com o rio Douro (ah, os vinhedos...) desembocando no oceano Atlântico.  Conheci boa parte do Duero, na Espanha, com os amigos Alexandre Panosso e Félix Tomillo. A parte portuguesa continua a tradição do rio que vem da Espanha, com suas boas comidas, vinhos deliciosos e paisagens exuberantes. A península ibérica é mais tudo, Portugal e Espanha formam uma latinidade especial. 


Há uma escadaria circular dentro da torre que arrebenta os bofes (pelo menos os da minha idade), mas o visual compensa. Sempre que vejo essas torres subo feliz, porque sei que daqui há alguns anos terei que me contentar em olhar de baixo - a não ser que tenha elevador, grua ou alguém que me carregue, o que acho bastante improvável. Então subi bem contente, aproveitando para queimar o javali com castanhas devorado no almoço e regado a vinho tinto. Aliás, recomendo o restaurante Abadia, com serviço ótimo, comida decente e carta de vinhos digna. Não é caro. Comparando com os preços atuais dos nossos bons restaurantes brasileiros é quase uma pechincha.


A torre faz divisa com essa igreja, com belos telhados restaurados.


O complexo da Universidade do Porto, com sua reitoria e áreas administrativas. As faculdades são espalhadas pela cidade. Há um museu mineralógico, com um monte de rochas brasileiras e uma lojinha descolada. Como também não aceitam cartões, olhei as coisas (compraria uma agenda), mas nada levei.


Fiquei no hotel Mercure, na praça da Batalha. O hotel está acima da estação de comboios (trens) São Bento. Uma viela chega até lá, ao lado de uma outra rua com aclive acentuado. Essa é a foto da viela.  


Um lugar famoso é o Café Majestic (aceitam cartões), para se conhecer a arquitetura e tomar algo. É um lugar caro, mas razoável para se visitar.


Vários amigos adoram bicicletas. Na Leya estavam lançando esse livro, escrito por amantes da própria. É da Texto Editores (grupo Leya) e os autores são Laura Alves e Pedro Carvalho. 


O trem Alfapendular, expresso (220 km/hora) chega na estação Porto Campanhã. Essa outra estação é a São Bento, a mais central,ao pé do meu hotel. Dali saí para Aveiro. O átrio da estação é decorado com painéis de azulejos azuis (sic) e coloridos. São cenas pastorais, de guerras, das cortes e outras frescuras mais, ligadas às classes dominantes ou à visão idealizada que tinham da pobreza da época.  O trem é urbano, mas excelente, demora uma hora e cinco minutos para chegar a Aveiro e passa por umas 15 estações. Seria uma viagem tranquila, não fosse uma família de gralhas lesadas que viajou ao meu lado, falando o tempo todo. Ignorei.


Um recorte urbano visto da estação São Bento. O detalhe é que as quatro (ou cinco) linhas passam pelos tuneis por baixo da colina onde está o Mercure. Isso significa que se você pegar um apartamento legal, terá uma bela vista da cidade (foi meu caso).


Aí está, o túnel, parte da estação e o hotel, lá e, cima. 


E assim cheguei a Aveiro. Já fiz várias postagens sobre essa bela cidade, com sua rias (canais), cegonhas que fazem ninhos nos arredores e seus famosos ovos moles (não gosto, mas dizem que são excelentes). 


O que gosto mesmo são dos peixes. Almocei no Telheiro, um lugar que sempre oferece comida boa a preços justos. Jantei com o professor Carlos Costa, mas como foi um momento de trabalho não tirei fotos. Amanhã, no evento, fotografarei algo.


À tarde, fui à livraria Bertrand, no shopping de Aveiro, terminar minhas compras. 


Esses livros contam a história de Calouste Gulbenkian, o milionário armênio que deixou sua fortuna para formar uma das mais importantes fundações culturais da Europa, situada em Lisboa. Veja o link: http://www.gulbenkian.pt/  A editora da Gulbekian publica clássicos globais a preços módicos e qualidade excelsa.


Miguel Esteves  Cardoso é um abusado jornalista e intelectual português, nascido em 1955, que escreveu uns quinze livros, sendo o último Como é linda a puta da vida, um título realmente encantador.  Vale saber mais sobre  ogajo:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Esteves_Cardoso


Para quase terminar, nada como Fernando Pessoa, que sempre tem algo a nos dizer e, dizendo, para nos fazer pensar e saborear mais profundamente a puta de nossas vidas.


E para terminar mesmo, hoje saiu essa bela publicidade em todos os jornais portugueses, comemorando a classificação da seleção portuguesa na Copa do  Mundo de 2014, com os golos (é assim que se escreve em português de Portugal) fabulosos de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, sobrenome igual à cidade de onde escrevo este blog. Amanhã continuamos os trabalhos, com o seminário Gênero e Turismo, onde falarei sobre as origens do machismo. 










segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Curso de Turismo da ECA-USP: 40 anos

Foi durante a VIII Semana de Turismo da Escola de Artes e Comunicações da USP, no dia 7 de novembro de 2013, no auditório István Jancsó, da belíssima Biblioteca Brasiliana (já fiz uma postagem a respeito), Cidade Universitária, que os 40 anos do curso de turismo foram comemorados.



O tema desse ano foi Copa do Mundo FIFA 2014: o jogo fora de campo, em virtude da proximidade desse megaevento que promete marcar a história do país, pelos bens e pelos males causados. Mas isso é outra história que será escrita nos próximos meses.






Alguns dos clássicos do curso de Turismo da ECA reuniram-se para relembrar e trocar ideias - e risadas, emoções e impressões - sobre essas décadas. Mário Beni (esquerda) e Mário Jorge Pires ...




... compareceram. Célia Dias, Dóris Ruschmann e Mirian Rekowski se reencontraram para trocar seus ótimos humores e sagacidades sobre a situação do turismo uspiano, nacional e planetário.


Alunos e alunas da ECA organizaram o evento e reuniram os atuais docentes com os que já se aposentaram, mas que continuam a colaborar em vários momentos e lugares.



Dóris, Célia, Beni, Olga Tulik e eu, em uma foto razoavelmente rara nos dias atuais, pois apenas Célia e eu ainda estamos na USP (os outros se aposentaram e curtem a vida em várias atividades pelo país). 


Mirian e Débora Braga, a coordenadora do curso de Turismo da ECA, são colegas, mas no passado Débora foi sua aluna.



Teve bolo, salgadinhos e refris. Mas depois do evento alguns mestres se acabaram numa balada animal (não fui porque viajei para o interior, mas me contaram que foi cool...).


Olga Tulik e Mário Beni formam parte das vertentes originais do turismo acadêmico brasileiro. Ausências sentidas foram a saudosa Sarah Bacal e Renê Correa do Nascimento, saudosos mestres lembrados durante as cerimônias festivas.   


Beni foi o primeiro a falar sobre suas reminiscências, aventuras e saudades.


Depois, cada um na mesa pode relembrar e contar para a plateia, algo da história do curso. Em primeiro plano, Karina Solha, ex-aluna e hoje professora da ECA.


As novas gerações conviveram com o passado, com a finalidade de curtir o presente e traçar seus planos para um futuro mais desafiador.


A Editora Aleph, grande apoiadora da área acadêmica do turismo nacional, esteve presente com seus livros cujos autores também são da EACH, a parceira-irmã uspiana, que abriga o curso de Lazer e Turismo na USP-Leste. EACH e ECA trabalham juntas em vários projetos e em breve teremos novidades.


Essa foto é histórica. Mirian Rejowski foi aluna da primeira turma de turismo da ECA. Única aluna, na verdade, pois só ela se graduou. E a Célia Dias (direita), foi a única aluna graduada da segunda turma. Hoje dão professoras da casa (Mirian se aposentou, mas está na Universidade Anhembi-Morumbi, representa a área na CAPES e no CNPq, além de viajar para palestras, bancas e consultorias acadêmicas.  



Assim foi a noite. A próxima efeméride turístico-uspiana será em 2015, por ocasião dos primeiros dez anos do curso de Lazer e Turismo da EACH-USP.  Mas antes ainda comemoraremos outras coisinhas mais...  Nos aguardem.