sábado, 26 de março de 2011

I Seminário Internacional de Estudos Críticos em Turismo - último dia

O último dia do Seminário na UFRN, em Natal (RN), transcorreu com palestras do Alexandre Panosso (EACH-USP) e Carlos Costa (Universidade de Aveiro) e à tarde discutimos os desafios e questões da pós-graduação em turismo no Brasil e em alguns países do mundo.

Na minha fala, quinta-feira, deixei claro que a área de turismo é inerente às ciências humanas conforme esse documento que transcrevo abaixo:

O núcleo de ensino, pesquisa e extensão do turismo está nas ciências humanas, articulado com as ciências biológicas (problemática ambiental) e com as exatas (implicações econômicas e tecnológicas). No Brasil, o turismo sempre esteve ligado às comunicações, administração e lazer. Pesquisadores das áreas de arquitetura, urbanismo, geografia, meio ambiente, biologia em geral, economia, estatística, medicina, direito, engenharia ou filosofia trabalham temas relacionados ao turismo, porém a vertente epistemológica principal da área sempre esteve alocada em humanidades.
O turismo faz parte de um complexo de serviços altamente qualificados e dotados de alta tecnologia, inserido o contexto de outros serviços como lazer, entretenimento, hospitalidade, gastronomia, eventos, cultura, esportes, varejo, moda e comunicações em geral.
Trigo/Panosso, 2010



Miriam Rejowsky (aposentada da USP, atual Universidade Anhembi-Morumbi) e Carlos Costa deram importantes contribuições ao debate.

Outro ponto que coloquei foram os fatores e tendências que influenciam o turismo, segundo estudos europeus:

I – Fatores externos

Aspectos demográficos
•;Aspectos ambientais;
Tendências macroeconômicas (importância crescente do BRIC);
Fatores políticos – mais impostos, mais demandas sociais; segurança, saúde, imigração;
Cultura

II – Tendências do consumidor


Viagens de experiência
Segurança
Estilo de vida

III – Produtos e Marketing

Tendências MKT; 
IT e comunicações
Transporte; 
Segunda residência


Panosso mostrou algumas excentricidades acadêmicas como o periódico da rejeição universal, você manda um artigo e não se preocupa mais com nada, ois ele será rejeitado mesmo. Consulte o site pelo google e divirta-se com os extremos acadêmicos.


Outro site comentado foi o do prêmio ig-nóbil, uma contraposição ao prêmio Nobel, pois considera as pesquisas mais redundantes, inúteis ou absurdas do mundo. Equivale ao prêmio cinematográfico Framboesa de Ouro, que, em contraposição ao Oscar, premia as piores produções do ano. 


O mestrado em turismo está no prédio conhecido como goiabão (pela cor) e possui esse mural bem colorido  e significativo.

Durante o café muito tempo e espaço para conversas, trocas de idéias e novidades.

Falei também dos preconceitos da nossa área:

Preconceitos

Do mercado - empresários e profissionais nem sempre sabem exatamente os limites e possibilidades do turismo e muitos estudam pouco;

Da academia - há os feudos de informação, as disputas inúteis e as vaidades tolas que atrapalham a pesquisa e a produção científica;

Da sociedade - que demora a entender a necessidade de planejamento, gestão e pesquisa séria nas áreas de serviços;

Dos turistas - que não se preocupam em aprender mais sobre os destinos e  os povos visitados, com a ética e a sustentabilidade.



O importante é que essa moçada se interessou pelos trabalhos e penso que se preocuparam mais ainda com suas dissertações, estudos e necessidades. A turma da graduação em turismo da UFRN deu o maior apoio ao evento, ouviu as discussões e mostrou sua competência e simpatia junto aos participantes.


É bom curtir os momentos acadêmicos de reflexão, crítica e estudo.


Depois almoçamos no restaurante Tábua de Carne, outro grande e delicioso espaço especializado nas carnes, inclusive carne de sol e outras iguarias nordestinas.


Nada como uma boa refeição depois da reflexão, a mente se refestela com as proteínas animais e os sabores regionais.


Tudo isso com a calorosa convivência humana. Aí estou com Rosana e Miriam (em pé), ao lado da Patrícia, uma jovem, inteligente, bem humorada e descolada turismóloga, como tantas outras (e outros) que encontramos na viagem. 


E assim, entre trocas de confidências e casos ...


... e em meio as poses para as fotos e que inundarão a internet, convivemos e aprendemos um pouco mais. Deixo aqui meus agradecimentos à hospitalidade do programa de mestrado em turismo da UFRN, nas pessoas de Rosana Mazzaro e Sérgio Leal.


Sábado, bem cedinho, voltei para Sampa em um voo tranquilo e confortável da TAM.

Semana que vem promete. Amanhã recomeço a publicar as piadas corporativas nesse mesmo espaço virtual.

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