sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dubai bubble - I told you before

Não esqueçam o que eu escrevi. Na minha coluna do www.hoteliernews.com.br, de 18 de março deste ano, escrevi claramente: "A bolha de Dubai explodiu". Fui dos primeiros na mídia especializada brasileira a apontar os problemas estruturais graves dos Emirados. Na época um leitor me mandou um e-mail muito educado dizendo que as informações eram falsas e que tudo fazia parte de um plano sionista para desestabilizar parte da economia islâmica. Bobagem, garanto que Israel prefere mil vezes ter vizinhos ricos a vizinhos pobres se explodindo pelas ruas.
Hoje a moratória de Dubai está nas primeiras páginas e derrubando bolsas pelo mundo. Espera-se que seja uma crise sob controle e que não leve outros bancos para o buraco, apenas os investidores que puseram seu dinheiro num sonho de areia. O mago, Paulo Coelho, ganhou uma casa de Dubai mas alugou-a, assim como várias celebridades o fizeram.
Se você digitar "Dubai bubble" no google verá que minha coluna aparece na primeira página. Bem, agora vou polir minha bola de cristal. Brincadeira, na época um amigo, professor, estava trabalhando em Dubai, mandou-me as dicas sobre o que ocorria. Chequei tudo na internet e escrevi o texto que foi, inclusive, inserido na oitava edição do meu livro Turismo Básico (São Paulo: senac, 2009) que acaba de sair.
Se quiser ler o artigo é só acessar o link abaixo:

http://www.hoteliernews.com.br/hoteliernews/hn.site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=49378&Midia=1

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FIAM 2009

Diretamente de Manaus-V Feira Internacional da Amazônia
Realização SUFRAMA-Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior
Patrocínio- Banco da Amazônia
Apoio - Estado do Amazonas
Texto efotos - Luiz Trigo

Estive a convite da V FIAM em Manaus para participar das discussões sobre turismo. É umdos eventos mais importantes da região e envolve indústria, comércio,pesquisa,meio ambiente, novas tecnologiase,claro,turismo.


Na exposição, destaque para a publicação sobre povos indígenas da Amazônia organizada pelo InstitutoEmilio Goeldi, de Belém (PA), uma das instituições de pesquisa da região.


O amigo Prof. Carlos Costa, da Universidade de Aveiro (Portugal), e eu. Em março de 2010 vários brasileiros irão ao congresso internacional organizado por ele e sua equipe (saudades da terrinha, ó pá). Carlos Costa falou sobre economia e turismo, mostrando um projeto de sua autoria sobre postos de informação turística.

Alunos e docentes do instituto federal de educação de Roraima. Estou em dívida com eles e, em 2010, devo ir pessoalmente dar uma palestra em Boa Vista.



A cerimônia de abertura da FIAM teve a presença do governador (Eduardo Braga) e autoridades regionais e internacionais (Peru e Venezuela).


Docentes de Manaus e Belém, velhos amigos de eventos (João, Cristiane e Wilker)



Uma das salas de exposição da FIAM. Indústria, agricultura orgânica, defesa e serviços foram destaques.


Wilker R. M. Nóbrega, José R. S. Moraes, Oduval Lobato Neto, eu e Cristiane B. M. C. Novo, participantes da primeira mesa de hoje (26/11)


E a turma de Roraima, curtindo o evento e a cidade de Manaus. Até 2010.


Parte do staff de apoio e organização do evento.
Fui a convite da SUFRAMA, fiquei hospedado no Hotel Comfort (Atlantica Hotels International), voei com a TAM,falei sobre inovaçãoem turismo,revi velhos amigos, fiz outros e polemizei sobre qualidade em serviços. Imagine se euficaria num hotel de selva sem ar-condicionado, higiene e os mínimos confortos da civilização. Claro que a maioria das pessoas da Amazônia já tem consciência sobre essas necessidades, aliás adorei a palestra do José Moraes, presidente da Agencia de Desenvolvimento do Turismo da Amazônia.









domingo, 22 de novembro de 2009

Las ciudades oscuras

Estou refletindo e escrevendo sobre viagens: cenários, paisagens, mundos, recordações (do passado e do futuro) e sensações estranhas.

Fui aos subterrâneos de minha biblioteca procurar fontes, algumas já esquecidas pelo tempo; outras mal entrevistas alguns anos atrás; algumas ainda reluzindo em minha memória, trazidas de terras distantes, no século passado.


Encontrei El Archivista. Publicado pela primeira vez em 1991 e em uma outra edição, mais completa, em 2001. Recorda-me os desenhos de Piranesi, os textos de Italo Calvino (As cidades invisíveis, 1972), as brumas de Budapeste sob uma nevasca de dezembro ou a massa enorme de rocha que compõe os muros do Vaticano. Os desenhos coletados por Schuiten e Peters mostram a sensação existencial inerente ao tempo que passa por lugares estranhos e incognoscíveis.

A viagem perpassa esses cenários.

As lacunas absurdas nos frontispícios remetem às ausências (perdas, faltas?) em nosso ser, em nosso palácio de memória...

... a mercê do tempo que envolve nossas vidas em algo perceptível mas intocável.

Folhas espalhadas por ruínas fabulosas, coisas largadas no fluxo temporal, naves abertas ao mundo, alagadas pelas circunstâncias.

Mundos brilhantes sob a luz construída para realçar nossos desejos.

Jardins isolados entre caminhos que se espraiam...

... por entre obras de arte que remetem à incerteza perante o desconhecido e à sutileza resistente dos desejos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Brazil takes off - finally

Céu azul. Marzão. Calor. Praia. Skate. Cores. O país de bunda nova. Feliz e contente olhando os horizontes futuristas e o presente very cool.


A tribo está e festa. No cinema, Hollywood destrói o Cristo Redentor com as ondas de 2012 e na vida real a revista britânica The Economist, em sua capa regional, coloca o nosso Jesus Cristinho decolando como um foguete poderoso, ou talvez como um potente falo místico auto-propusionável prestes a deflorar o universo a partir de um leito de nuvens seminais.


Sobrou até para o meu bairro, a Liberdade, em Sampa. No dia 27 de novembro entra em cartaz o filme Plastic City, uma produção Brasil-China-Hong Kong-Japão, dirigida pelo chinês Yu Lik Wai e que trata da disputa pelo controle de produtos piratas e contrabandeados. No meu bairro que, no cinema, tem selvas e mares. Está certo que o filme foi vaiado no Festival de Veneza mas o que importa é que estamos em cena. Falem mal mas...

Agora, com The Economist é diferente. Eles capricharam em uma matéria especial de 14 páginas about our lovely and exquisite country. "De certa forma o Brasil supera alguns índices do BRIC. Ao contrário das China, é uma democracia. Ao contrário da Índia, não há movimentos separatistas, conflitos étnicos ou religiosos ou vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, ele exporta mais do que petróleo e armas e trata os investidores estrangeiros com respeito. Sob o presidente Lula ... o governo está reduzindo as desigualdades que por tanto tempo desfiguraram o país." p. 15.

Tudo bem, podem até errar a data de nossa independência (1825, ao invés de 1822, pág. 4 do relatório especial), o importante é que os fatos que nos levaram a uma estabilidade política e econômica lá estão bem explicados: auto-suficiência em petróleo e novas jazidas encontradas em 2007; as três agências internacionais classificaram o país ao nível de grau de investimento favorável; os investimentos estrangeiros chegam ao país em nível maor que 2008, apesar da crise internacional; e o país até emprestará dinheiro para o FMI, nosso antigo tutor econômico.

Quem pensou que as privatizações de FHC e a política social de Lula comprometeriam o país quebrou a cara na rota da história. Claro que anda há problemas, mas o mundo está imerso em encrencas de todos os tipos. Aliás, na chamada da reportagem (pág. 7) fica bem claro que o maior risco para essa história de sucesso brasileira é uma eventual hubris, ou seja, não podemos mergulhar no orgulho e sim melhorar e sanar os problemas sociais, burocráticos e institucionais que ainda prejudicam nossos índices de desenvolvimento. Ainda há muito a fazer, mas que despontamos no cenário internacional de boa cara ( e bunda firme), isso é um fato. Let´s do it.

Serviço: The Economist. 14 a 20 de novembro de 2009. R$ 24,00.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Centro Universitário Senac - a biblioteca


Eu escrevi a duas postagens atrás sobre as bibliotecas acadêmicas decentes do país e comentei sobre o campus do Senac, em Santo Amaro, São Paulo.

É um campus novo (seis anos), com cursos descolados como design, gastronomia, moda, hotelaria, administração...

... instalado em uma área de 120 mil metros quadrados, perto do SP Market, na zona sul de São Paulo. O entorno do campus passa por uma fase de investimentos imobiliários que está transformando a região em um novo eixo de desenvolvimento da cidade.

O campus possui duas imensas unidades acadêmicas, o prédio da reitoria e administração, um complexo esportivo, um edifício só para gastronomia e o prédio da biblioteca, com seis mil meros quadrados (quase o mesmo tamanho da biblioteca do Positivo (Curitiba).

O Senac sempre priorizou os acervos de suas bibliotecas dos antigos Centros de Educação específicos (fotografia, saúde, meio ambiente, design, gestão, moda, gastronomia, turismo e hotelaria...) agora reunidos no Centro Universitário Senac.

O acervo é imenso, atualizado e em quantidade suficiente para atender à pesquisa e ao estudo.

A área de moda possui espaços especiais para tecidos, roupas, acessórios e os caríssimos periódicos especializados.

O acervo compreende o mundo dos livros convencionais...

... os laboratórios de informática...

... espaços lúdicos e tematizados...

... salões monumentais com obras de arte que valorizam o conjunto.

Tanto as instalações quanto os acervos são inclusivos e acessíveis a todas as pessoas.

Tanto a biblioteca do Positivo de Curitiba quanto a do Senac São Paulo são exemplos de instituições que realmente valorizam o conhecimento e o aprendizado, construíram belos campi, investiram em paisagismo, decoração, equipamentos, laboratórios e estruturaram bibliotecas em prédios especialmente destinados a esse propósito. Os modernos templos do conhecimento são evidências explícitas que mostram quais instituições realmente se interessam pelo saber, pesquisa e aprendizado.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

In the darkness

São Paulo, terça-feira à noite. 22h13. Terminei a aula na EACH um minuto antes das luzes se apagarem. Desci as escadas sentindo as pontas dos degraus metálicos com a ponta dos tênis e percorri a alameda até o estacionamento sob a luz difusa do céu nublado. O vento fresco varria o chão e os cães uivavam ao longe. Entrei no carro e saí para a estrada. Liguei o rádio e cantarolava enquanto ultrapassava os carros lerdos que entopem as pistas. Aí a estação de rádio saiu do ar. Mudei para outra. Saiu do ar. A escuridão era mais profunda que o normal e a cidade sumira nas trevas.

Minha ponte de acesso está interrompida pelas obras na marginal Tietê. Fui para a ponte Casa Verde. Também interrompida. O congestionamento não preconizava nada de bom. Entrei à direita em um desvio e minhas imagens se concretizaram. Estava no meio de um apagão que atingia toda a cidade. Os semáforos desligados e o skyline negro ao redor, várias estações de rádio chiando e o celular sem sinal me colocaram em um thriller de ficção cientifica, afinal todos sabem que antes de uma guerra nuclear ou de um ataque alienígena as luzes e as comunicações são afetadas.

Liguei os faróis de milha, fechei as janelas, liguei o ar condicionado, consegui sintonizar a CBN e fui cortando as ruas e avenidas em semi-caos, com gente e carros atrapalhados pela escuridão e falta de sinalização. Pensei nos que estavam nas estações de trem e metrô, nos corredores de ônibus e em mim, nas ruas imersas na barbárie.

Atravessei o centro e entrei por baixo da praça Roosevelt me espremendo entre carros temerosos e outros, correndo para chegar em casa. Na rua Liberdade as calçadas estavam cheias dos estudantes que deixavam as universidades e os bares entupidos com seus clientes segurando copos no escuro. Pacientemente percorri o congestionamento ouvindo no rádio que o apagão atingia outras áreas além do estado de São Paulo. Pela primeira vez experimentei os sistemas de segurança do meu prédio: os portões automáticos, as luzes de emergência e os elevadores funcionavam muito bem com os geradores, afinal subir 24 andares a pé, no final de um dia cansativo, não é agradável.

De minha janela vi a cidade sem a marca primordial da civilização, seus fogos e luzes. Apenas os hospitais, algumas universidades e prédios estavam iluminados, assim como as avenidas e ruas brilhando com os faróis dos carros tardios. No silêncio eletrônico da noite me deitei, um minuto antes das luzes se acenderem.

sábado, 7 de novembro de 2009

A biblioteca da Universidade Positivo - Curitiba, PR

Aproveitei minha volta à Universidade Positivo, durante o XI SIT (veja postagem anterior), para rever e fotografar para vocês algo que adoro: a biblioteca.
O núcleo físico de uma insituição educacional é a biblioteca. Ou deveria ser. A Universidade Positivo (Curitiba, PR) é uma das poucas instituições superiores particulares deste país a investir em uma biblioteca decente, bonita e confortável para sua comunidade (outro exemplo edificante é a biblioteca do Centro Universitário Senac em São Paulo, aguarde as próximas postagens).


O prédio da pós-graduação, ao lado da bilbioteca, possui um mural dedicado à sabedoria, trabalho, ética e progresso.

Voltando à biblioteca. No salão principal há uma exposição bemn legal sobre leitura, com fotos e frases de escritores e situações envolvendo a leitura. A frase do Paulo Francis é profundamente verdadeira. Quem não lê, é escravo das situações.

São cinco andares, cerca de 55.000 títulos e 130.000 exemplares. Acima uma das salas de leitura.

O Positivo comprou todo o acervo do economista Roberto Campos e instalou-o em um lugar especial dentro da biblioteca.

O prazer de ler. Prazer de ver as obras bem instaladas. Prazer de saber que algumas instituições valorizam devidamente o conhecimento...

... e as atividades e ele relacionadas.

Todo o acervo é liberado para consulta. É aberto ao público, para que as pessoas passeiem os olhos e mãos pelo saber.

É um edifício lindo. Iluminado. Vistoso. como o conhecimento deve ser.

Com muito espaço comum...
... e salas individuais para leitura, estudo em grupo e pequenas reuniões.

Bonito, né?

Vale uma visita.

Vale um tour cultural.

Ângela é uma das bibliotecárias que me recebeu com toda a atenção e generosidade. Valeu a visita. Parabéns ao Positivo pela obra aberta e monumental.

SIT 2009 - Curitiba, PR

Seis da manhã. Aeroporto de Viracopos, Campinas (SP). O sol nasce iluminando a fuselagem do Ebraer 190 da Azul, enquanto o Prof. Panosso e eu, bêbados de sono, caminhamos para a aeronave. O vôo é ótimo, o horário péssimo. Mas valeu a pena porque...


... viemos a Curitiba para o XI Seminário Internacional de Turismo, promovido pela Universidade Positivo e pela Universidade Federal do Pararaná. Acima a alameda principal de acessos aos edifícios no belíssimo campus do Positivo, no bairro Campo Comprido, uma área verde e sofisticada da cidade onde as construtoras fazem a festa erguendo prédios residenciais belíssimos, sofisticados e devidamente caros.

Umas das jóias do campus Positivo (e de Curitiba, e do estado do Pararaná e da educação brasileira) é a biblioteca com mais de seis mil metros quadrados...

... cerca de 130.000 volumes e instalações que, em termos de instituições privadas brasileiras, são comparáveis apenas ao Centro Universitário do Senac São Paulo. Farei postagens especiais sobre essas bilbiotecas nas próximas edições.

Após 11 anos seguidos o SIT é um evento tradicional para o turismo acadêmico brasileiro e internacional. Este ano (6 a 7 de novembro de 2009) tivemos pesquisadores da Espanha, França, Venezuela, México e Equador, além de estudantes, docentes e pesquisadores de 25 estados brasileiros. Umas 800 pessoas participaram este ano.

Mais de 220 pessoas analisaram os trabalhos científicos distribuídos e oito eixos temáticos, todos relacionados a turismo: cultura; aspectos socioeconômicos; educação e empregabilidade; pesquisa e epistemologia; planejamento e políticas públicas; hospitalidade e gestão de empreendimentos turísticos; desenvolvimento urbano e regional; e tecnologia. Acima (da esquerda): José Manoel Gonlalves Gândara (UFPR), Marlene Matias PUC-SP), Alexandre Panosso Netto (USP) e Dario Luiz Dias Paixão (Univ. Positivo).

O prof. Dario Paixão, coordenador do curso e um dos organizadores do evento, com parte de sua turma de apoio: gente competente, divertida e descolada.

A mesa de abertura do evento, na noite de 06/11, foi direta ao ponto: as relações entre turismo, hospitalidade e sustentabilidade (temas do evento) são fundamentais.

O prof. Dr. Josep Francesc Valls veio de Barcelona para falar sobre os desafios do turismo de sua região. Ele é da ESADE, a toda poderosa escola de administração espanhola, uma das top do mundo.

A Profa. Dra. Elizabeth Kioko Wada (presidente da ANPTUR e diretora do mestrado da Universidade Anhembi-Morumbi), arrasou no discurso e encantou a platéia (as usual) com sua experiência, bom humor e conhecimento.

E aqui estou, eu ao lado dos professores José Gandara, Carolina Haro e Nicolás Ramírez Torres, parte da equipe que organiza o SIT.